Rio de Janeiro (RJ) - A conta de energia elétrica dos consumidores brasileiros ficará mais cara em dezembro devido à manutenção da Bandeira Vermelha Patamar 1, anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A decisão, confirmada recentemente, impacta diretamente o valor final pago pelos usuários, especialmente em um período em que o consumo costuma aumentar por causa das altas temperaturas e das festas de fim de ano.
Com a bandeira vigente, haverá um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, valor que será inserido automaticamente nas faturas emitidas ao longo do mês. Esse sistema de bandeiras tarifárias funciona como um indicador das condições de produção de energia no país: quanto pior o cenário hídrico e maior a necessidade de acionamento de usinas mais caras, maior é o custo repassado ao consumidor.
O principal motivo para a ativação da Bandeira Vermelha é o baixo volume de chuvas registrado nas últimas semanas, o que afeta diretamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Com menos água disponível, o sistema elétrico nacional precisa recorrer às usinas termoelétricas, que têm custo de operação elevado. A medida também busca prevenir um desequilíbrio na oferta de energia, garantindo estabilidade ao sistema.
Segundo especialistas do setor, o acionamento de bandeiras tarifárias durante períodos de estiagem é uma forma de repassar, de maneira temporária, os custos extras da geração ao consumidor. Além disso, o mecanismo tem como objetivo estimular o uso consciente da energia, incentivando a redução de desperdícios e o consumo responsável.
Para o consumidor, o impacto varia de acordo com o padrão de consumo. Famílias que utilizam equipamentos de alto gasto energético — como ar-condicionado, chuveiro elétrico e geladeiras antigas — devem sentir o aumento de forma mais expressiva. Já quem mantém um consumo mais controlado deve perceber um acréscimo menor na fatura.
Com a previsão climática indicando que o regime de chuvas deve continuar irregular, não há garantia de que a bandeira tarifária será reduzida nos próximos meses. Por isso, a orientação é buscar formas de economizar energia, como desligar aparelhos quando não estão em uso, ajustar a temperatura do ar-condicionado e otimizar o uso de eletrodomésticos.